Como o câmbio impacta seus investimentos nos EUA a partir do Brasil
Com mais brasileiros buscando diversificar seus investimentos e acessar o mercado internacional, uma dúvida muito comum é: como o câmbio influencia nos meus resultados? Afinal, mesmo que seus ativos estejam em dólar, o real ainda entra em jogo quando falamos de rentabilidade real.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples como as variações no dólar podem afetar seus investimentos no exterior e o que considerar ao montar sua estratégia.
Novo cenário para investidores brasileiros
Nos últimos anos, o número de brasileiros com contas internacionais aumentou bastante. Hoje é possível enviar dinheiro para o exterior de forma fácil e segura por meio de plataformas autorizadas e isso abriu caminho para que mais pessoas invistam diretamente em ações, ETFs ou outros ativos globais.
Mas mesmo com mais acesso, o dólar continua sendo uma variável importante: seja para investir via corretoras internacionais ou através de BDRs, o câmbio pode impactar bastante seus ganhos (ou perdas).
Como o câmbio afeta seus investimentos globais
Mesmo que o ativo que você comprou suba de valor em dólares, uma eventual desvalorização da moeda americana frente ao real pode reduzir sua rentabilidade ao converter o valor de volta.
Exemplo simples:
Você investe US$ 1.000 em um ETF e, após um mês, ele valoriza 5%. Porém, nesse mesmo período, o dólar cai 3%. Se você trouxer o dinheiro de volta para o Brasil, seu ganho total em reais será menor do que os 5% que o ETF rendeu em dólar.
Ou seja, a variação do câmbio pode influenciar tanto na entrada quanto na saída do investimento.
Quando o câmbio realmente importa?
Na hora de investir: se você vai converter reais em dólares, um câmbio mais alto exige mais reais para o mesmo valor em USD.
Na hora de resgatar: se for trazer os recursos de volta para o Brasil, o câmbio no momento do saque determina quanto você recebe em reais.
Se você acompanha seus ganhos em reais: mesmo que tenha lucro em dólares, uma queda do câmbio pode impactar negativamente sua rentabilidade em reais.
Quais ativos são mais sensíveis ao câmbio?
Alguns tipos de investimentos internacionais são mais diretamente afetados pela variação do dólar do que outros. Veja as principais diferenças:
BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
São recibos de ações estrangeiras negociados na B3, em reais. Eles seguem duas variáveis: o desempenho da ação nos EUA e a cotação do dólar. Por isso, mesmo que a ação suba lá fora, uma queda do dólar pode reduzir a cotação do BDR aqui.
Ações e ETFs em corretoras internacionais
Se você investe diretamente em dólar por meio de uma conta global, o câmbio não afeta o valor do ativo enquanto o dinheiro estiver lá fora. O impacto aparece se você quiser converter os recursos de volta para reais.
Títulos em dólar (bonds)
Títulos públicos ou privados denominados em dólar também estão sujeitos à variação cambial. Mesmo que o rendimento seja estável em USD, a conversão para reais pode variar bastante conforme a cotação do dólar no momento do resgate.
E se o dólar cair?
Apesar de não ser tão comum no longo prazo, o dólar pode sim se desvalorizar em relação ao real em determinados períodos. Nesse cenário, quem precisa converter seus investimentos para reais pode acabar recebendo menos do que esperava.
Por isso, muitos investidores optam por manter parte do patrimônio em dólar, especialmente quando têm planos de longo prazo ou gastos futuros na moeda americana.
Como considerar o câmbio na sua estratégia?
Sem entrar em recomendações específicas, aqui estão algumas boas práticas que muitos investidores adotam:
● Pensar no longo prazo para diluir impactos de curto prazo do câmbio.
● Diversificar entre ativos em reais e em dólares.
● Ter clareza sobre seus objetivos: proteger valor em real ou buscar ganhos em dólar?
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