Os mercados continuam a absorver o impacto negativo do anúncio da política de tarifas recíprocas de Trump, que foi certamente pior do que o esperado. O desempenho da semana passada foi muito negativo, com os principais índices de ações dos EUA caindo de 8 a 10% e os rendimentos dos títulos do Tesouro diminuindo de 20 a 30 pontos base, à medida que investidores buscavam refúgio em ativos mais seguros.

 

O relatório de empregos, um pouco melhor que o esperado, acabou passando batido, já considerado página virada. Agora, todas as atenções estão voltadas para o impacto futuro no crescimento da economia global e possíveis acordos que possam amenizar a situação.

 

As expectativas do mercado para cortes nas taxas do Fed em 2025 aumentaram, variando agora de 100 a 125 pontos base – equivalente a quatro ou cinco reduções de 25 pontos base ao longo de seis reuniões. Seja isso concretizado ou não, reflete inegavelmente os temores de recessão que dominam os mercados.

 

Powell, presidente do Fed, comentou na semana passada que, embora as tarifas devam aumentar a inflação no curto prazo e prejudicar o crescimento, a economia americana segue sólida, especialmente o mercado de trabalho. Ele destacou que as expectativas de inflação de longo prazo continuam alinhadas com as metas do Fed. Mesmo assim, deixou claro que o banco central não vai mexer nos juros até ter uma visão mais clara do cenário econômico atual.

Enquanto isso, hoje, as ações permanecem sob pressão. A sessão dos mercados asiáticos foi muito fraca, com quedas generalizadas nas ações variando de 5 a 12%. As ações europeias caíram de 6 a 8%, com as montadoras entre os setores mais atingidos. O S&P 500 está 2% mais baixo nesta segunda-feira e caiu quase 20% desde seu pico em meados de fevereiro.

A reavaliação do mercado reflete preocupações crescentes sobre a possibilidade não apenas de uma recessão nos EUA, mas de uma forte desaceleração econômica global, já que Trump continua mostrando pouca disposição para recuar nas agressivas tarifas comerciais. Os investidores agora aguardam novos desdobramentos da guerra comercial, esperando por maior apoio dos bancos centrais no futuro próximo.

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